Nota de Apoio ao Projeto de extensão “Coletivo Afro-Floripa”
O Departamento de Antropologia manifesta seu repúdio à repressão policial ocorrida no domingo, dia 21 de maio de 2023, dentro da UFSC, no entorno do Centro Convivência, e que paralisou uma atividade de extensão cultural que acontece regularmente nesse espaço.
“Coletivo Afro-Floripa: práticas percussivas e corporais da cultura de matriz africana e afro-brasileira” é projeto acadêmico de extensão ativo desse departamento desde 2017, envolvendo professores, discentes, comunidade em atividades diversas, trocas de saberes, fortalecendo e fomentando pesquisa, formação e extensão. Junto nesse diálogo e construção está o grupo Maracatu Arrasta Ilha, que desenvolve seu trabalho no espaço da UFSC há 21 anos, pesquisando e praticando o Maracatu de Baque Virado trazendo para a universidade a possibilidade de aprender com saberes e fazeres que, especialmente no caso do sul do Brasil, tendem a ser invisibilizados pelo racismo, e também consolidando a partilha do espaço da universidade com toda a sociedade.
Esperamos que nos próximos dias, possam ser apresentadas à comunidade universitária e aos integrantes desses projetos, encaminhamentos que garantam a manutenção de suas permanências e existências dentro da UFSC, sem que sejam violados os direitos individuais e coletivos como previsto no Art. 5 da Constituição Federal.
Recordamos que o Art. 215 da Constituição Federal assegura que o Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional. Da mesma forma, desde 2014, o Maracatu de Baque Virado é reconhecido como patrimônio imaterial brasileiro pelo IPHAN, registrado no livro das formas de expressão, cabendo ao poder público, com a colaboração da comunidade, a sua proteção e promoção (Art. 216, parágrafo 1º).
Neste sentido expressamos nosso apoio e solidariedade ao Maracatu Arrasta Ilha e agradecemos ao coletivo pelas fundamentais e relevantes atividades realizadas em parceria com o Departamento de Antropologia sob a liderança da professora doutora Alexandra Alencar.
